Recebemos a seguinte pergunta por meio de nossa página no Facebook:
Olá, Thereza! Primeiramente, é importante salientar que são muitas as variáveis que podem permear este tipo de situação e somente com uma avaliação e acompanhamento de perto seria possível lhe ajudar efetivamente. Podemos então falar de forma generalizada de comportamentos que podem contribuir para isso acontecer aí, como em muitos outros lares também!
O primeiro ponto é uma conversa de alinhamento entre o pai e a mãe. Pais que divergem no modo de educar deixam seus filhos confusos e sem direcionamento. Com isso, inevitavelmente, a criança cresce e, aos poucos, percebendo esta divergência interna, aproveita-se do discurso daquele que lhe é mais conveniente. Essa conversa entre os pais pode abordar: a forma como cada um foi educado; o que pode ser absorvido de bom de ambos os lados; bons e maus exemplos de educação infantil por amigos e familiares; o que cada cônjuge observa no outro que desagrada em relação à educação do filho. Só não esqueçam que isso é uma conversa e não um debate. Exponham suas opiniões e entrem em consenso do que é melhor aí na sua casa!
Pais alinhados, vamos para o segundo passo: entender o porquê da mãe/pai não ter autoridade enquanto o outro tem. Talvez desmistificando os conceitos de “autoridade” e “autoritarismo” cheguemos a uma conclusão parcial. Estamos falando de duas atitudes diferentes. Enquanto autoridade se refere a impor limites necessários para que a criança conviva bem em sociedade, o autoritarismo se refere a exacerbar este poder simplesmente para se impor e sem dar possibilidade de contraposição e/ou reflexão sobre o que é certo e o que é errado. Esta distinção é importante para que vocês, pais, entendam que a criança não deve ser submissa a vocês e sim a uma regra enunciada, a qual todos que participam de uma sociedade estão submetidos, inclusive os pais.
Tendo definido esses pontos, esclarecemos que ter autoridade não é gritar, nem mandar na criança e se impor de forma que ela tenha medo de nós. Autoridade é impor limites, estabelecer regras e se manter fiel e convicta(o) a todas elas, além de segui-las quando também aplicáveis a adultos. Assim, a criança se sentirá segura e saberá o porquê de não tomar certas atitudes; do contrário, terá que lidar com as consequências de seus atos.
Pensando nisso, o próximo passo para que haja mudanças efetivas é elencar quais são as regras que se aplicam na criação do seu filho. Porém, não adianta, do dia para a noite, aparecer com um monte de regrinhas. A criança ficará sem entender e a resistência poderá ser ainda maior. Que tal, começarem por uma conversa franca com a criança? Muitas vezes achamos que as crianças não entendem o que ocorre, mas será que não somos nós que não nos damos o trabalho de ter uma conversa esclarecedora e apropriada com eles? Converse com seu filho, mostre que além do pai (ou mãe), você também precisa ser ouvida(o) e respeitada(o) por ele.
A partir daí, é necessário coragem e persistência. Aliás, depois que virei mãe, percebi que a palavra PERSISTÊNCIA resume bem o que é a maternidade/paternidade. De nada adiantará ter essas conversas de família e elencar os limites e regras para seu filho se, após o terceiro dia de muito choro e birra, você deixar tudo de lado e ceder ao que seu filho quer. Então, vá firme e consciente de que mudanças sempre trarão choro e mesmo assim você estará fazendo o melhor para seu filho. Nem quando adultos, toleramos facilmente mudanças impostas. Imagine as crianças!
Propositalmente, deixei um ponto por último por ser o mais difícil de ser tratado, que é a chamada “punição”. Obviamente, para se ter autoridade, é preciso que a criança saiba que se não cumprir determinada regra e/ou limite, isso lhe trará alguma consequência. Afinal, é assim que ocorre em nossa sociedade. Se queremos que eles aprendam a viver em sociedade, devemos trazer esses entendimentos para dentro da nossa casa. Mas, não seria muito melhor se ao invés de nos concentrarmos em punir algum comportamento indesejado, nós focássemos nos bons comportamentos de nossos filhos? Com isso não quero dizer que devemos fechar os olhos para o que eles fazem de errado, mas devemos nos policiar no dia-a-dia para elogiar toda e qualquer boa conduta. Desta forma estaremos contribuindo para que eles queiram sempre repetir as boas atitudes, diminuindo, por consequência, a ocorrência de maus comportamentos.
Se mesmo assim forem necessárias punições, seria prudente nunca incluir ações agressivas e que humilhem a criança. Não se esqueça que elas são nosso espelho. Se é agredindo que resolvemos algo que nos desagrada, será assim que ela responderá no futuro a todos e tudo que a desagradar. Seja retirando algo que a criança gosta ou a colocando para pensar sobre a atitude errada, sugiro que nunca tome estas atitudes de forma impensada. Fique calma(o) e explique o porquê da punição.
Para finalizar, fica a dica: mudança nos pais significa mudança direta nos filhos!
Boa sorte na aplicação das sugestões e espero ter lhe auxiliado, Thereza!
Tem alguma dúvida ou outra sugestão para o caso apresentado? Por gentileza, deixe seu comentário.
Abraços,
Bianca.
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Janaina Pacheco
21 de outubro de 2013 at 9:40Muito bom Bianca… adorei as técnicas e vou mostrar esse texto para minha cunhada que está passando pelo mesmo com meu sobrinho de 4 anos. Bjs
Bianca Amorim
21 de outubro de 2013 at 17:05Obrigada pelo comentário Janaina!!! Passe mesmo para ela, espero que seja útil!
Mik
22 de outubro de 2013 at 12:56Ótimo texto !!
Bianca Amorim
22 de outubro de 2013 at 23:42Obrigada pelo comentário Mik!!
Aline Pamplona
22 de outubro de 2013 at 23:04Muito importante esse ponto da concordância entre os pais. Gostei muito das dicas!
Bianca Amorim
22 de outubro de 2013 at 23:43Essencial né Aline! Esta deveria ser uma conversa recorrente antes mesmo dos filhos nascerem!!! Obrigada pelo comentário!
Regina
28 de outubro de 2013 at 1:43Aqui meu bb tem 1 ano e10 meses passa o dia muito bem comigo,mas quando o pai esta por perto faz birra o tempo todo,se joga no chão,chuta as coisas.Como corrigir uma criança com essa idade?
Bianca Amorim
29 de outubro de 2013 at 17:05Olá Regina! Obrigada pelo comentário! Ainda estamos falando de um bebê né, que muito provavelmente sente falta do pai e quer chamar a sua atenção quando ele está por perto. Nesta idade o mais indicado é dizer o famoso “não pode”, explicar o porque e desviar a atenção dele para outra coisa. As crianças não tem maturidade emocional para lidar com as ausências e ele pode estar respondendo desta forma para manifestar que quer ficar mais tempo com o pai. Espero ter ajudado! Abraços!