Olá, mamães e papais! Já tem um tempo que estou querendo escrever sobre este assunto: expectativas da paternidade/maternidade versus realidade. Antes de ser mãe (e confesso que até depois que me tornei uma), muitas vezes tive aquele olhar de reprovação para os pais da criança que faz birra, grita e se joga no meio do shopping, por exemplo. Que atire a primeira pedra quem nunca olhou certas situações infantis e pensou: “meu filho nunca será birrento como esta criança” ou ainda “nunca serei uma mãe (ou pai) como este aí que deixa o filho fazer o que quer!” Obviamente todos nós já mordemos ou morderemos a nossa língua por pensar assim.
A partir de um livro que comecei a ler recentemente, reparei que o problema não está nas crianças birrentas (e com certeza não estará no meu filho quando ele for momentaneamente um), e sim nas nossas expectativas paternas/maternas. Para os que se interessarem, o livro que me inspirou a tratar sobre este assunto se chama: Soluções para disciplina sem choro, de Elizabeth Pantle, educadora e escritora de vários outros livros.
Primeiramente, uma auto reflexão: qual é a nossa expectativa quando trata-se do comportamento dos nossos filhos (principalmente na rua e na casa dos outros)? No meu caso, eu pensava do seguinte modo: meu(minha) filho(a) chegará na casa dos outros, sentará (se for menina, cruzará as perninhas, como uma mocinha) e pedirá permissão a mim sempre que alguém lhe oferecer algo. Também brincará com calma e paciência, dividirá os brinquedos com as demais crianças que houver, dirá todas as “palavrinhas mágicas” que lhe ensinei (por favor, obrigada, desculpa, com licença) e ao final, dará um beijo e um abraço em cada pessoa para se despedir. E a realidade?! Bom, ainda não estou nesta fase, mas tenho certeza de que, em algumas vezes, meu filhote não vai cumprimentar as pessoas, poderá mexer na decoração da casa alheia, disputará o brinquedo com as outras crianças, esquecerá de dizer tudo aquilo que vivo repetindo quanto a ser bem educadinho, etc. e, ao se despedir, se recu
sará a dar beijos e abraços nas pessoas, principalmente se forem pessoas que não convivem com ele!
Bom, o que tudo isso significa?! Será que eu e meu esposo seremos péssimos pais que não sabem educar e dar limites ao nosso filho?! Lá atrás, eu concluiria isso, mas hoje percebo que isto tudo significa somente que temos uma criança em casa.
Vamos pensar numa situação hipotética: você está no trânsito há mais de duas horas, super atrasada para o trabalho e de repente, vem alguém pelo acostamento e entra na sua frente. O que você faria? Sei que há exceções, mas 99,99% das pessoas buzinariam, xingariam e talvez ainda iriam atrás para discutir com a pessoa. O que estaria faltando nessa situação? Controle emocional para lidar com o inesperado e com a “esperteza” e a “malandragem” dos outros. Agora se nós, adultos, com anos e mais anos de experiência e aprendizado, muitas vezes não temos controle emocional para lidar com situações como essas, por que será que as crianças com pouco ou nenhum conhecimento de vida se portariam diferentemente? As crianças são seres humanos desprovidos de controle emocional e esse tipo de comportamento é absorvido do dia-a-dia; e como no exemplo mencionado, mesmo após 30, 40 ou 50 anos, ainda podemos estar desprovidos disto.
Então dona Bianca, você quer dizer que devo achar natural e não interferir quando meu filho faz birra por algo ou se comporta mal? SIM para a primeira parte da indagação; e NÃO para a segunda. É completamente compreensível que, com tão poucas experiências, eles não saibam lidar com o “dividir”, que não queiram ir embora na hora em que estão brincando, que por estarem cansados e quererem ir para casa, eles decidam parar ali no meio do shopping e dar o seu show…Todas essas situações fazem parte do conflito de emoções que se passa na cabeça das crianças e com as quais elas ainda não tem maturidade para lidar. Mais ainda: as crianças não conseguem verbalizar e entender seus conflitos internos.
Por isso, é preciso tirar a carga de que estes comportamentos ocorrem porque os pais não sabem educar a criança. Entendendo que isso é normal de toda e qualquer criança, tudo ficará mais leve e menos estressante. E é assim que devemos encarar a “arte” de educar e dar limites aos nossos filhos, sem dor de cabeça. Com calma, equilíbrio e muita fé, conseguiremos ajudar nossos filhos na busca pelo equilíbrio emocional. Boa sorte pra nós, mamães e papais!
No próximo texto, falarei sobre algumas das ferramentas educacionais que podem lhe ajudar a educar seus filhos sem choro, mas provavelmente com algumas birras. Até lá!
Se você tem algum comentário ou história interessante sobre esse assunto, por favor, compartilhe e vamos crescer e somar experiências!
Abraços e até a próxima!
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