Tenho sido muito procurada no consultório por mamães que não sabem o que fazer com a agressividade que ocorre com as crianças pequenas (entre 1 e 2 anos). Sim, tenho pacientes desta idade! E, sim, eles são muito pequenos para fazer terapia. O que ocorre no consultório é um espaço de aprendizado tanto para a criança quanto para os próprios pais.
Em muitos casos, a birra, o grito, o tapa e o jogar algo no chão com raiva são as formas que a criança encontrou de demonstrar o que está sentindo. Não podemos esquecer que, nessa fase da vida, eles não têm habilidades orais para formar frases e dizer: “Mamãe, estou muito bravo porque queria continuar brincando e não quero tomar sopa, como você está querendo me obrigar!” Mesmo assim, o sentimento existe e deve ser respeitado.
O que a criança precisa entender é que, mesmo com seus sentimentos, existem limites para suas reações. Por exemplo, ela não pode bater em alguém porque foi contrariada ou se morder porque precisou fazer algo que não queria. Em contrapartida, os adultos precisam reconhecer o sentimento da criança e demonstrar que o respeita, sem dizer que “não foi nada” ou que “já passou”.
Esse novo tipo de diálogo entre pais e filhos deve acontecer com paciência e perseverança. Não é na primeira vez que você segurar o bracinho do seu filho e dizer que “entende o nervosismo dele, mas que ele não pode bater em você”, que ele vai entender e não vai repetir a ação. Mas com a repetição de sua atitude e com o respeito que ele identifica no seu tom de voz e nas suas atitudes, ele vai mudando as dele.
Cada pai e cada mãe precisa identificar a melhor forma de conter o momento de raiva de seu filho, seja segurando-o com um abraço, segurando sua mão, abaixando-se na altura da criança e olhando em seus olhos… O importante é que a criança preste atenção no que você irá falar. No momento que ela estiver te escutando, você pode dizer: “Filho, eu sei que você está chateado, mas o papai pediu para você fazer tal coisa. Vamos fazer?” E com o tempo e o amadurecimento desse tipo de relação, tanto crianças quanto pais irão lidar melhor com essas situações.
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