Atendendo o pedido de algumas mãezinhas, venho abordar um tema que costuma trazer preocupação: a alimentação dos pequenos.
Vocês já ouviram falar que os exemplos ensinam mais que as palavras? E isso ocorre principalmente com as crianças. Assim, os adultos devem tomar cuidado com os modelos que têm passado para seus filhos, sobrinhos, netos… É possível dizer que a família se torna responsável pelo desenvolvimento do comportamento alimentar que a criança aprende através da convivência.
Em termos psicossociais, o padrão de alimentação da criança envolve a participação efetiva dos pais como seus primeiros educadores nutricionais. E eles devem prestar atenção nas estratégias que utilizam na hora da refeição, para que os filhos aprendam sobre fome, saciedade, sabores e quantidade de alimentos que deve ser consumida. Esses cuidados desempenham um papel muito importante no desenvolvimento do comportamento alimentar infantil.
É possível constatar que muitos pais se preocupam com a quantidade da alimentação e não em desenvolver hábitos direcionados a padrões mais adequados e qualitativos de alimentação. Os hábitos são costumes, padrões adquiridos pela freqüente repetição da atividade. E a dificuldade é em fazer com que a criança aceite o hábito de uma alimentação variada e saudável.
Se depender da maioria das crianças, elas vão consumir apenas os alimentos que conhecem e sabem do gosto. Aqueles que fazem parte do imaginário infantil como ruim (tais como verduras, legumes e frutas) não costumam aparecer no cardápio dos pequenos, a menos que os pais os coloquem.
Isso acontece ainda mais quando falamos sobre visitas nas casas dos amiguinhos ou nos recreios da escola. Cada família tem um hábito diferente, por isso, é fácil encontrar lancheiras recheadas com frutas, pães, iogurtes e até biscoitos recheados.
Como sabemos que as mães e os pais trabalham durante o dia, o quanto antes as crianças experimentarem e saborearem alimentos saudáveis melhor será quando estiverem na creche, na escola ou com babás. Nesses momentos, cabe a seu pequeno ter sua própria consciência alimentar.
Se desde cedo a criança tiver um exemplo de alimentação saudável dentro de casa, mais facilmente ela irá recusar as “besteiras” que estão nas outras lancheiras.
As guloseimas não podem ser proibidas, já que elas também fazem parte da alimentação das crianças, mas devem ser consumidas de vez em quando. Isso faz com que seu filho não passe vontade e não queira trocar de lanche com os coleguinhas.
Além disso, a refeição deve ser um momento prazeroso, tanto para os pais quanto para os filhos, e não um castigo. Os pratos devem ser preparados para atrair as crianças, com muita cor, variedade e, porque não, diversão.
As mamães que já têm filhos crescidos e que não possuem tais hábitos saudáveis precisam ter um pouco mais de paciência nos momentos de alimentação. É preciso muita conversa, explicação e persistência para fazer com que os pequenos adquiram esses hábitos. Cada criança irá responder de forma diferente a essas mudanças. Então, cabe àqueles que estão próximos entender qual será a maneira mais adequada. Caso alguém tenha dificuldade, não deixe de procurar uma ajuda especializada de nutricionistas, pediatras e psicólogos.
A família deve aproveitar esses pequenos momentos para conviver, aprender, divertir-se, desenvolver-se e tornar a alimentação algo importante.
* Fonte consultada: Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil, 2000.
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