Para dar início à minha contribuição ao “Mamãe na rede”, achei por bem falar sobre o princípio de tudo: a gestação. O corpo da mulher é formado para que a gravidez ocorra e, com isso, que se perpetue nossa espécie. Apesar das semelhanças, nossa mente nos diferencia dos outros animais.
Com ela, nos tornamos capazes de sonhar, imaginar, refletir, planejar… E isso acontece, principalmente, quando uma mulher fica grávida. Ela pode ter planejado ou ter sido surpreendida, mas a partir do momento que a gravidez acontece se inicia um processo de reflexão, sonhos e planos. A relação mãe/bebê começa a se formar desde o período pré-natal e é influenciada pelas expectativas que a mulher tem sobre o filho e pela interação que ela estabelece com ele e com o pai do bebê. Por isso, é preciso que a gestante tenha um cuidado especial.
A gravidez é um período de inúmeras mudanças. Ocorrem transformações no organismo da mulher, no seu bem-estar, no seu papel sócio-familiar, na sua relação com o companheiro, no âmbito financeiro, na logística do lar. Tais mudanças podem mexer com o psiquismo da mulher. Alguns estudos indicam que esse momento é a fase de maior incidência de transtornos psíquicos nas mulheres (*), reforçando a importância de que elas recebam uma atenção especial para manter seu bem-estar.
A intensidade das alterações psicológicas dependerá de cada mamãe, de sua personalidade, de seus fatores familiares, conjugais, sociais, culturais. É preciso estar atentos a fatores como tensão, ansiedade e estresse, já que eles podem fazer com que o sistema nervoso autônomo da gestante libere substâncias químicas que alteram a composição placentária e do ambiente intra-uterino (*²). Isso pode causar um estado de alarme, manifestado por aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos do bebê ou aumento ou diminuição de sua atividade motora. O sofrimento fetal pode gerar problemas orgânicos e psíquicos.
Sendo assim, é muito importante que a gestante tenha uma rede apoio que lhe dê suporte emocional e segurança. A atuação multiprofissional deve englobar a interação de muitos fatores, como a história pessoal, os antecedentes ginecológicos, as características socioeconômicas e culturais, considerando a mulher em suas necessidades biopsicossociais e culturais.
O acompanhamento psicológico oferece à futura mamãe um espaço acolhedor e continente, no qual ela pode expressar, de forma livre, tudo aquilo que vivencia em sua vida. Isso trará benefícios também ao desenvolvimento físico e emocional do bebê, além de favorecer o fortalecimento do vínculo entre os dois.
(*) Atuação multiprofissional e a saúde mental de gestantes, 2005.
(*²) Epidemiologia do nascimento pré-termo: tendências atuais, 2010.
1 comentário, comentários
Josélia Lievore Polsin
29 de agosto de 2013 at 16:49Parabéns!!!
O site vai poder ajudar muitas pessoas.
Adorei essa psicóloga, Fernanda Polsin.